17 de jun. de 2011

O trânsito e os Ys

E nessa semana o trânsito alcançou níveis mexicanos. Não dá pra saber exatamente o que aconteceu, mas engastaiô tudo, a coisa ficou feia além do costumeiro.

O mais interessante é olhar a reação dos motoristas. Pena que não podemos ver o interior dos veículos na maioria das vezes. O culpado é o insulfilm. Me lembrei de uma aula na faculdade, quando um professor fez uma pausa shakesperiana, olhou para o infinito e disse: “Estamos vivendo a era da troca das janelas pelos espelhos”. No caso dos carros, ainda podemos ver lá fora, mas não vemos as pessoas e ninguém nos vê.

Mas deixemos de lado meu flashback de reflexão filosófica, voltemos a analisar as reações dos pilotos.

Tem os Speed Racers, que ficam naquela de tranquinhos-ininterruptos-mata-embreagem colando nos carros da frente até que... até que precisam mudar de faixa. Aí ficam buzinando pro carro da frente, que ta mais espremido e mais tenso que o fecho do sutiã da Pamela Anderson, tentando desviar do motoman que sinaliza com a mão frenética, reclamando suas sete faixas exclusivas.

Tem o Tio-do-Corolla, que fez MBA em perder farol aberto. Tem o Pamperô, que pôe o subwoofer do show do U2 no porta-malas do Gol.

O que nos resta é seguir em frente e, pelo menos, tirar uma onda (quase nunca dá) da geração Y. Molecada, a gente usava mais o pedal da direita do que o do meio, sabiam? Pensem na cidade sem radares. Pensem na Marginal sem radares. Isso, na Marginal. E os carros sem vidros escuros. Sim, a gente podia ver quem tava lá dentro. E elas também.

Ok, ok. Tentativa de véio estressado com o trânsito, eu sei. Mas é o que temos para o momento.

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