9 de out. de 2011

Vai saber...

Nessa onda de trocar avatar por desenhos animados, além é claro, de ver a força do engajamento em causas importantes via redes sociais, dá para saber um pouco mais sobre a personalidade de nossos contatos.

Mas, mais que disso, nos é revelado um paradoxo. Vendo personagens de meus contemporâneos, tais como Coyote e Pica-pau, pensamos em como víamos o mundo e como nossas percepções foram criadas acerca das relações com o mundo e as pessoas.

Explico: o Coyote nada mais queria que acabar com a raça do Beep-beep e, para isso, não media esforços. Do Pica-pau então, o que falar? Nasceu para infernizar a vida do Leôncio, Zeca Urubu e afins. Mas... Mas, por mais que as sacanagens rolassem, mesmo que uma bigorna caísse e esmagasse o oponente, que explodisse tudo, a cena seguinte invariavelmente apresentava o atacado vivo. Moído, mas vivo.

Em comparação com os desenhos de canais como Discovery Kids - onde tem mais assunto sobre preservação da natureza do que Zé Jacaré voando pela chaminé na Flórida - os desenhos de nossa época eram violentíssimos. Assim como a singela letra de "Atirei o pau no gato". Mas... Mas os videogames que a molecadinha joga... No Lego Batman, por exemplo, é "no mercy" o tempo inteiro. E não, o bonequinho do vilão (ou do mocinho!!) morre mesmo. Não aparece na cena seguinte. É cacetada, tiro e voadora pra todo lado.

Vai saber o que é pior...