5 de jun. de 2012

Se contar, ninguém acredita.



Imagine-se um primeiromundista chegando em um país longínquo, pode ser meio-oceania, meio oriente-médio, e um dos habitantes, um assessor parlamentar que foi te buscar no aeroporto, após saudá-lo em um inglês tarzânico, solta: "…aqui é bacana. No país vizinho é que a revolta popular é grande. A gente até tava receoso de alguma manifestação mais violenta, mas no final da semana tem feriadão e a turma não consegue se mobilizar…"

E você, atônito, e incrédulo, permanece imóvel diante de tamanha cara-de-pau. Você sabe - tá lá pra isso, como representante de um grande banco investidor - que a cagada tá é ali mesmo. Você s-a-b-e, só queria confirmar, que cada um dos 513 deputados custa R$ 166 mil reais por mês ao governo. R$ 1 bi por ano. Ou seja, você não vai fazer negócio com um governo desse nem se puder tomar caepereenha dentro do estádio na Copa.

Mas… pensando bem… Você vai investir onde? Na Espanha? Vamos botar um punhado de dólares na bagaça enquanto é a bola da vez. Porque uma hora alguém vem e chuta.

Sorte a nossa estarmos longe de uma realidade tão, tão… hiênica. Até porque, niqui somos nós, conversando com algum gringo-sardento-de-bolso-cheio, mandaríamos exatamente o que o nativo sapeca proferiu. É quase como quando utilizamos aquela velha tática de botequim: "olha, agora vou estar sendo obrigado a estar falando de um amigo meu…". É o sujeito o-culto(?). E enquanto isso, aquela chamada no garçom: "Ô queridão, cadê meu chope? E sai da frente da TV que jajá sai o gol do Hulk."