5 de ago. de 2010

Sai de lado: o futebol e os laterais (Artigo)

É incrível como as coisas são efetivamente simples no futebol. O difícil é conseguir enxergá-las desta forma. Muitos dos treinadores top da atualidade fazem coro a esta constatação.

Futebol sempre foi futebol, mas realmente, de uns anos pra cá, muito da embolada meio-campística se dá ao fato de que o condicionamento físico nivelou por baixo os artistas da bola.

Muitos dos que hoje são titulares em grandes clubes como volantes não entrariam nem nos rachões das agremiações na década de 60 e 70. Que também tinha gente cabeça-de-bagre, mas jogando de centroavante ou de zagueiro.

Resumo: embolou mesmo. Hoje a genialidade de um meio-campista não permite parar, levantar a cabeça, mirar e lançar. Um dos volantes já chegou e... ripa nele! Depende da passagem do outro meia, da apresentação de um dos dois atacantes recuando e atrasando o ataque, ou…

...o bumba-meu-boi do goleiro ou dos zagueiros seria mais evitado e menos constrangedor se...

Ou.. Se... o óbvio fosse observado. Se fosse feito o simples. O segredo está nas laterais. É ali que está o desafogo, a saída. O Flamengo de 81. O Palmeiras de 99. Quem embola agride a bola.

O fracasso do Palmeiras em 2009 pode ser medido por esta régua sem medo. Os laterais não iam. Aliás, nem fingiam que iam. Parece que os laterais fugiram da aula do famoso “dá o gato!” que aprendemos quando jogamos no Fraldinha. Eles recebem a bola, viram imediatamente o corpo para o lado ou para trás e telegrafam o passe. Desse jeito, é só marcar a dois passos de distancia, que o time se torna inofensivo.

No futebol, assim como no automobilismo, sair de lado ou pro lado é estratégia e solução. E umas aulinhas de física - do tipo dois corpos não ocupam o mesmo lugar - também não cairiam mal aos jogadores, né, Isaac Newton?

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